Embolização uterina completa 11 anos
Mioma Uterino
Embolização uterina completa 11 anos
Os miomas uterinos ainda são um dos problemas que mais acometem as mulheres. As estatísticas médicas revelam que 50% das mulheres têm ou terão miomas em algum período de suas vidas. O pico da incidência dos miomas é aos 40 anos, atingindo cerca de 40% das mulheres. “Esses tumores benignos, também conhecidos como fibromas ou leiomiomas, nada mais são do que um crescimento anormal das células musculares do útero. Os problemas causados por eles alteram a qualidade de vida das mulheres: dores, cólicas, sangramento excessivo, prisão de ventre e até mesmo a perda espontânea de urina podem ser consequências dos miomas uterinos”, revela o médico especialista em Medicina Radiologia Intervencionista, Dr. Alexander Ramajo Corvello.
Foi somente em 1997 que a medicina moderna lançou uma alternativa às mulheres que necessitam lutar contra este problema. “A embolização das artérias uterinas é um procedimento seguro, e com uma recuperação bem mais rápida para as pacientes”, destaca o especialista, pioneiro no sul do país a realizar este tipo de procedimento para tratamento de mioma. “Hoje ele já é realizado em boa parte dos centros hospitalares”, revela Dr. Corvello, que é responsável pelo serviço de Radiologia Intervencionista do Hospital Santa Cruz, São Vicente e do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, além de atuar no Hospital Vita, Cruz Vermelha, Hospital Paraná (em Maringá) e no São Vicente (em Guarapuava). A técnica da radiologia intervencionista permite tratar os miomas sem a necessidade de remover o útero, por meio de uma injeção de minúsculas partículas esféricas, que bloqueiam o fluxo sanguíneo que alimenta o mioma, fazendo-o regredir. O grau de sucesso é de 85 a 95%. “Os miomas são tumores benignos, não cancerosos, que se desenvolvem na parede do útero e podem ter tamanhos variados, de 1 a 10 cm”, esclarece o especialista.
Esses 11 anos da realização da embolização marcaram uma das maiores conquistas na área da saúde no Brasil e no mundo, sendo reconhecida por entidades oficiais brasileiras, como a Associação Médica Brasileira e a Agência Nacional de Saúde. É um procedimento autorizado pelo Ministério da Saúde, aceito pelos convênios médicos, seguradoras e autogestoras. O tratamento é de baixo risco, exige o mínimo de internação, na maioria das vezes a paciente tem alta no mesmo dia e pode voltar às atividades normais entre três e sete dias. E o principal, preserva o útero, resgata a sua feminilidade e mantém a fertilidade, aumentando as chances de engravidar em mais de 30%.
Entendendo a Técnica
A técnica é minimamente invasiva e não precisa de pontos, pois não são feitos cortes grandes nem profundos. É um tratamento não cirúrgico que dura em média uma hora. Na região da virilha, onde passa a artéria femoral, o radiologista intervencionista faz um pequeno furo de, no máximo, 2 mm, por onde é introduzido um cateter. Guiado por um equipamento de radiologia digital com altíssima definição de imagem, o médico conduz o cateter até a artéria que leva sangue ao útero, a qual irriga e alimenta o mioma. Pelo cateter são injetadas micropartículas esféricas de uso biológico, que vão obstruir essas artérias e interromper o fluxo sanguíneo que alimenta os miomas. Assim eles diminuem, param de sangrar e eliminam os sintomas.
Dr. Corvello esclarece que as micropartículas são feitas de material biocompatível, usado a mais de 35 anos pela medicina e que não provocam rejeição no organismo. A técnica não interfere nas funções normais do útero, o qual facilita a integridade estrutural e sustenta a bexiga, órgãos pélvicos, intestino e ossos. O útero auxilia a separar e conservar a bexiga na sua posição natural e ao intestino em sua composição própria atrás do útero, que passa a ser nutrido por circulações colaterais que conservam sua vitalidade. “Para cada paciente existe uma técnica indicada para o tratamento do mioma uterino sintomático. A embolização é um procedimento indolor, pois não há terminais de dor no interior das artérias”, enfatiza Dr. Corvello. As pesquisas feitas nesta área revelaram que 80% das pacientes reduziram o volume dos miomas e tiveram uma melhora dos sintomas hemorrágicos em até 92% dos casos.
” A embolização é um procedimento indolor,
pois não há terminais de dor no interior das artérias.”
Dr. Alexander Corvello
Seis anos depois de ter descoberto um mioma, a empresária Marinez de Paula Maciel da Silva, de 45 anos, começou a ter problemas com hemorragias e o útero já estava enorme. Procurou vários médicos e todos aconselhavam a fazer uma histerectomia. “Eu rejeitava esta hipótese, pois achava um procedimento muito agressivo. Não aceitava que essa fosse a única solução para o meu caso. Então resolvi pesquisar na internet e descobri que havia outra técnica, que se chamava embolização”, conta a empresária.
Finalmente em novembro de 2008, Marinez fez a embolização uterina, após anos procurando um tratamento que resolvesse o seu problema sem grandes traumas. A cirurgia foi um sucesso e hoje ela tem uma qualidade de vida melhor e sente-se mais segura ao menstruar. “Fui para o quarto sentindo-me muito bem. Quando tirei o curativo, eu e minha mãe ficamos surpresas, pois não havia nenhum corte, apenas um buraquinho em minha virilha, nem ponto foi utilizado, parecia apenas que eu tinha me ‘cutucado’ com um objeto pontiagudo. Graças a Deus fiz uma cirurgia que restabeleceu a minha saúde. A recuperação foi surpreendentemente rápida, sem dores, sem curativos e sem esparadrapos”, comemora.
A bancária Jocelly Cristine Tossin Martins, de 45 anos, fez uma verdadeira peregrinação até optar pela embolização uterina. “Pelos sintomas que eu descrevia, a maior parte dos médicos me perguntava se eu tinha depressão”, conta. Após várias consultas, a única solução apresentada até então foi a retirada do útero e isso ela não estava disposta a fazer.
Pesquisando, Jocelly encontrou informações sobre a Radiologia Intervencionista e logo na primeira consulta o médico explicou todo o procedimento com muita segurança, o que contribuiu ainda mais com a sua decisão. “Com relação à técnica em si, fiquei tranquila, só tinha medo de que o procedimento não funcionasse comigo”, relata. Jocelly se submeteu a técnica em abril de 2010, ficou apenas uma semana afastada do trabalho, a recuperação foi rápida e o corte mínimo. “Não senti dor no hospital e nem depois. Nem parecia que tinha feito cirurgia. Me sinto ótima, não tenho mais nenhum sintoma”, conclui a paciente.
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