Estima-se que uma entre quatro mulheres em algum momento da vida sofram com os sintomas e tenham a fertilidade afetada

A técnica em contabilidade Ivone dos Santos, de 45 anos, em uma consulta de rotina, em 2006, descobriu que ti­nha miomas na parede do útero e como muitos, que já haviam ouvido falar sobre o assunto, temia ter que retirá-los através de cirurgia e até o receio de algo mais sério. Assim como Ivone, muitas mulheres ao receber este diagnóstico tem dúvidas sobre o que são miomas uterinos e como é possível tratá-los.

Para o alívio de Ivone, que já era mãe de dois filhos, mas desejava muito engravidar de novo, a cirurgia é apenas um dos recursos para solucionar os problemas. Técnicas não-cirúrgicas como a em­bolização das artérias uterinas é um dos procedimentos mais comuns feitos pela Radiologia Intervencionista e evita a retirada do útero. “É um proce­dimento de cateterismo que não necessi­ta de pontos. A embolização evita a histerectomia, que é a retirada do útero, livrando o paciente do incômodo da retirada de um órgão e mantendo as chances da mulher engravidar”, esclarece Dr. Alexander Ramajo Corvello,médico especialista em radiologia intervencionista.

Mãe de 4 filhos

“Foi o que me mudou minha vida. Depois de pesquisar na internet uma solução que não fosse a retirada do útero, descobri a embolização e o mioma desapareceu”, conta a contabilista. “Não senti nenhuma dor e ainda salvei o meu útero. Em 2007, depois do procedimento, engravidei duas vezes e, além dos meus primeiros filhos Lauana, de 21 anos, e João Antonio, de 16, tenho mais duas filhas lindas, a Ana Clara, hoje com 4 anos, e a Ana Laura, que está com 1 ano e 5 meses”, agradece.

Entendendo a técnica

A embolização do útero tem a finalidade de acabar com a alimentação dos miomas e pre­servar a função uterina. Tecnicamente o proce­dimento é realizado através de um pequeno fu­rinho na pele de três milímetros na altura da virilha, e uma vez dentro da artéria do útero o médico radiologista intervencionista realiza a injeção de minúsculas partículas que bloqueiam o fluxo sanguíneo que alimenta o mioma ou os mio­mas, fazendo-o regredir e tratando os tão inde­sejados sintomas, com um grau de sucesso entre 85% a 92% dos casos.

Os avanços da medicina

“Hoje, com a embolização também é possível tratar o útero, desobstruir artérias e veias, fechá-las quando sangram, tratar um câncer diretamente dentro de um órgão, diagnosticar e tratar doenças do cérebro, cabeça e pescoço, tratar dores na coluna vertebral, fraturas associadas à osteoporose ou mesmo tratar tumores no fígado, comumente associados à cirrose ou hepatite C”, explica Dr. Alexander Corvello.