Feminilidade Preservada

  • Mioma Uterino

Para muitas mulheres, o útero é sinônimo de fertilidade e feminilidade. Há possibilidade de ter de retirá-lo pode ser desesperador. Há dois anos a descoberta de três miomas deixou a escriturária Dalva Pedroso preocupada com a possibilidade de perder o útero. Ao pesquisar sobre o assunto, descobriu a técnica de embolização uterina. Consultou um especialista, que indicou o procedimento, e não se arrependeu. “A minha vida mudou muito nesses últimos dois anos. “Antes eu tinha muita hemorragia e não podia nem pensar em sair nos períodos menstruais, agora tudo voltou ao normal”, comemora.

A cabeleireira Célia Regina de Souza recentemente passou pelo mesmo procedimento, sem sentir nenhum de desconforto após a embolização. O pós-operatório foi muito tranquilo e sem dor. “Parece até que não fiz nada no hospital”, conta satisfeita, reconhecendo que sua vida mudou para melhor, já que, desde que descobriu os dois miomas no útero há um ano a sua qualidade de vida foi se deteriorando. Até o emprego ela perdeu por causa dos sangramentos que a deixaram anêmica e sentindo fortes dores nas pernas. “Passei pela embolização não faz nem um mês, mas já estou recuperando a minha qualidade de vida”, enfatiza.

Controlar os sintomas e o bem-estar são benefícios imediatos da embolização ponto o médico Alexandre Ramajo Corvello, radiologista intervencionista do Instituto de Radiologia Intervencionista (Inrad), explica que a técnica é segura e eficaz, pois trata o problema sem a necessidade de retirar o útero. “O procedimento consiste na obstrução do fluxo sanguíneo das artérias que nutrem o útero. A técnica não interfere nas funções normais do órgão que passa a ser nutrido por circulações colaterais que mantém a sua vitalidade”, explica.

A embolização do mioma do útero é uma técnica não cirúrgica que dura em média de uma hora. O procedimento é minimamente invasivo e não causa maiores agressões no organismo, pois não precisa de pontos. O material sintético utilizado na cirurgia não provoca a rejeição e é usado há mais de 20 anos na medicina.

O médico faz um corte de no máximo 2 mm na região da virilha por onde introduz um fino tubo até as artérias uterinas que irrigam os miomas. Depois que as localiza, injeta micropartículas de gel insolúvel para obstruir essas artérias. Dessa forma, os nutrientes não alimentam mais os miomas, que param de crescer. Muitos até somem.

A técnica é realizada por radiologistas intervencionistas que monitoram a paciente durante todo o tempo usando modernos equipamentos de alta resolução que permitem uma excelente visualização das imagens obtidas e grandes segurança. A técnica de embolização é utilizada desde a década de 70 para diminuir o sangramento incontrolável no pós-parto, tratamento de tumores malignos (câncer), aneurismas e hemorragias nas mais diversas partes do corpo.

De acordo com a literatura médica e científica disponível, a embolização controla os sintomas desencadeados pelos miomas uterinos em cerca de 90% das mulheres tratadas o procedimento também pode ser associado a miomectomia, técnica cirúrgica que preserva o útero, ajudando no controle de hemorragias durante a operação, pois muitos desses tumores são bastante vascularizados.

Uma nova arma contra o câncer de fígado

A cada ano, perto de 1.5 milhão de novos casos de câncer de fígado são registrados no mundo ponto no Brasil, nesse período, a incidência vem aumentando em torno de 2 a 3 mil novos casos. As doenças hepáticas são provenientes de hepatites B e C, alcoolismo, aflatoxinas (encontrada nos amendoins contaminados) e outros agentes tóxicos, além de doenças raras. O câncer de fígado é a complicação mais grave e frequente nos portadores de cirrose como o autônomo Valdomiro Batista de 60 anos de idade. Problema foi detectado há pouco tempo. Descobri a cirrose há cinco anos, Provavelmente por ter preferência por bebidas destiladas mesmo em pequenas doses e esporadicamente, acredita. Batista sofre agora com câncer no fígado e está lutando contra ele.

Quando descobriu a doença, os médicos optaram pela quimioembolização. Com isso, ou tumor, que tinha 2.5 cm já começou a diminuir. Batista deve passar ainda por outros procedimentos de radiologia intervencionista, como a ablação por radiofrequência. 

Para esse tipo de tumor, a técnica de quimioembolização hepática. É uma opção a ser considerada pelos médicos devido aos bons resultados obtidos nos tratamentos. “Pelo sistema de catéter, é injetada uma combinação de medicações quimioterápicas diretamente nos vasos sanguíneos para tratar as células cancerígenas.  Além disso, são injetadas pequenas partículas para bloquear as artérias que alimentam o tumor, tudo através de uma pequena incisão de 2mm na virilha”, explica Alexander Corvello.

Já a ablação por radiofrequência destrói o tumor. O método consiste na introdução de uma agulha que conduz um estímulo de impedância, semelhante ao micro-ondas, diretamente no tumor, “queimando” e destruindo as células afetadas pelo câncer. Todo o procedimento é monitorado por aparelhos de última geração.

Quando diagnosticada precocemente, as possibilidades de cura da doença são positivas, mas na maioria dos casos, quando os tumores estão em estado mais avançado a cura se torna mais difícil. “A quimioembolização pode melhorar a qualidade de vida do paciente, além de lesões e diminuir as dores aumentando a sobrevida”, esclarece o radiologista intervencionista.

Além de proporcionar mais bem-estar para o paciente, o procedimento é uma forma de tentar conter o tumor, evitando que ele se espalhe para outras áreas através do sistema linfático ou sanguíneo. De acordo com o especialista, a maioria das metástases ocorrem nos pulmões e nos ossos. “Esse tipo de câncer é agressivo e se espalha rapidamente para outros órgãos, e por isso é preciso atenção para o problema, pois a maioria dos casos pode não apresentar sintomas até que o tumor cresça e se espalha pelo organismo”, completa o médico.

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