Técnica retira miomas sem cirurgia
Mioma Uterino
Agora, as mulheres que sofrem com miomas de útero não precisam mais se tornar estéreis
Muitas mulheres que descobrem a presença de miomas no útero acabam retirando todo o órgão por desinformação e por não conhecer técnicas alternativas, como a embolização uterina, comenta Claudia casteluci, 39 anos, funcionária pública que mora em Foz do Iguaçu. Recentemente ela fez intervenção não cirúrgica para eliminar um mioma no útero que estava crescendo rapidamente, provocando dores fortíssimas no abdome.
Ela conta que só ficou sabendo da técnica porque pesquisou sobre o assunto na internet. “Eu não sei como seria se, para mim, a única opção fosse a retirada do útero”, constata. É por isso que ela comemora o sucesso do tratamento a que foi submetida. “Não fiquei com nenhuma cicatriz. Voltei a trabalhar na mesma semana”, se alegra. O mais importante para ela depois da preservação do útero, é claro, foi o controle dos sintomas.
O volume do seu útero, que havia dobrado de tamanho, voltou ao normal. As hemorragias durante o ciclo, já estão controladas e a sua saúde melhorou muito. Antes eu não podia nem pensar em viajar durante o período menstrual, pois o meu fluxo era muito intenso. Toda hora eu tinha que trocar o absorvente”, lembra.
Seu dia a dia no período menstrual era péssimo para funcionária pública, as noites, então eram ainda piores. Várias vezes ela acordava para ir ao banheiro, não conseguindo ter uma noite inteira de sono. “O mioma pressionava minha bexiga e outros órgãos. Era muito desagradável”, conta. Agora já não sente mais dores abdominais e consegue passar noites tranquilas.
Técnicas associadas
Com a embolização das artérias uterinas é possível viver melhor, com mais saúde e disposição. O médico Alexander Ramajo Corvello, radiologista intervencionista do Instituto de Radiologia Intervencionista (Inrad), explica que o procedimento consiste na obstrução do fluxo sanguíneo das artérias que nutrem o útero, uma técnica segura e eficaz é uma importante alternativa para pacientes que querem tratar o problema sem precisar retirar o órgão, frisa.
A cirurgia para retirar o mioma, a miomectomia, é uma outra técnica que preserva o útero, e que muitas vezes pode ser associada a embolização para evitar hemorragias durante a operação, uma vez que tais tumores são geralmente muito regados (vascularizadas). Foi o que aconteceu com a consultora de vendas Schele Caldas. ” A indicação médica, no meu caso, foi a cirurgia, pois eu tinha um mioma de 15 cm e outros dois de 4 cm. Parecia que eu estava no sexto mês de gestação”, compara. Ela se submeteu a cirurgia para retirar os miomas, mas também realizou a embolização previamente, com a finalidade de diminuir os riscos de sangramento durante a cirurgia devido ao tamanho dos miomas. A consultora revela que os sintomas sumiram um mês depois da cirurgia. “Sem contar que minha barriga diminuiu”, comemora, já que o fato de as pessoas perguntarem se estava grávida a incomodava muito. Shelly de 28 anos, destaca que ainda pretende ter filhos e não simplesmente parecer grávida por causa de miomas. Conforme Alexander Corvello tanto a miomectomia quanto a embolização uterina possibilitam indíces de gravidez entre 10 a 30%.
Exames de rotina conduzem ao diagnóstico
Os miomas uterinos estão presentes em cerca de 30% das mulheres adultas da raça branca e em quase 50% das mulheres negras ponto de acordo com Curvelo, é preciso fazer exames de rotina para diagnosticar mioma ponto geralmente o problema não apresenta sintomas e só é detectada através de uma ultrassonografia abdominal apesar disso alguns sinais podem ser notados como hemorragias pressão na bexiga, dores no abdome ou durante a relação sexual, abortos precoces ou infertilidade feminina. Todos esses problemas podem afetar a saúde e a qualidade de vida das mulheres, por isso a importância dos exames ginecológicos de rotina para diagnóstico dos miomas.
A maior incidência dos miomas acontece no período de maior fertilidade, entre os 30 anos e 40 anos quando há grande produção do hormônio estrogênio no organismo. A causa do surgimento dos miomas ainda não é completamente conhecida, mas pode estar relacionada com a hereditariedade.
Útero preservado
A embolização do mioma do útero é um tratamento não cirúrgico que dura em média uma hora. A técnica é minimamente invasiva e não precisa de pontos (não há cortes grandes nem profundos), por isso não causa agressão ao organismo. O objetivo do procedimento é obstruir as artérias uterinas.
O médico faz um corte de no máximo 2 mm na região da virilha, por onde introduz um fino tubo até as artérias uterinas, que ligam os miomas. Depois que as localiza, injeta micropartículas plásticas por dentro do tubo para obstruir essas artérias. Com isso, os nutrientes não chegam aos miomas que não crescem mais.
O radiologista intervencionista ressalta que a técnica não interfere nas funções normais do útero, que passa a ser nutrido por circulações colaterais que mantém a sua vitalidade. Em apenas 1% dos casos mulheres acima dos 40 anos podem desencadear menopausa precoce, segundo a literatura especializada. A embolização uterina é indolor, pois não há terminais de dor no interior das artérias. O material utilizado para obturação das artérias é um produto sintético utilizado há mais de 20 anos na medicina e que não provoca a rejeição do organismo humano.
A técnica é realizada por radiologistas intervencionistas treinados para tal procedimento médico em sala específica e não no centro cirúrgico. Além disso, o paciente é monitorado durante todo o tempo por equipamentos modernos de raio-x de alta resolução que permitem uma excelente visualização das imagens obtidas e grandes segurança.
De acordo com a literatura médica e científica disponível, a embolização controla os sintomas desencadeados pelos miomas uterinos em mais de 90% das mulheres tratadas. A técnica de embolização é utilizada por um radiologista intervencionista desde 1970 para diminuir o sangramento incontrolável, no pós-parto, tratamento de tumores malignos (câncer), aneurismas e hemorragias nas mais diversas partes do corpo.
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